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Na gestão de riscos, lidar com a mudança é um desafio constante e esse desafio aumenta quando a mudança é inesperada, maior ou ocorre mais rapidamente do que o previsto. Esta última é a definição de volatilidade e descreve com precisão o estado atual do risco geopolítico. Um dos principais fatores de risco político no momento é a volatilidade dos preços das commodities e, em especial, do preço do petróleo. Outras commodities contribuem para a incerteza política e econômica, mas o petróleo desempenha um papel determinante nas economias de alguns dos maiores mercados emergentes.

O preço do barril de petróleo varia, em grande parte, devido aos diferentes tipos produzidos em todo o mundo. Contratos futuros e de opções dos dois principais tipos estão entre os instrumentos mais negociados e fornecem uma base consistente para comparar o preço global do petróleo. O petróleo West Texas Intermediate Crude está agora em cerca de US$ 48 o barril. Há um ano, seu preço era cerca de US$ 60. Dois anos atrás, o preço de WTI Crude foi de mais de US$ 100 o barril. Já o Brent Crude, produzido no Mar do Norte, tem um preço ligeiramente mais elevado por barril. O Panorama de Curto Prazo para a Energia da Administração de Informações sobre Energia dos Estados Unidos (EIA) prevê que o preço do WTI Crude deverá oscilar em torno de US$ 40 o barril em 2016 e US$ 50 em 2017, enquanto o Brent Crude ficará cerca de um dólar mais caro.

O EIA salienta que os valores dos atuais contratos de petróleo sugerem uma elevada incerteza sobre as perspectivas de preços. Apesar da recente recuperação, os fundamentos do mercado sugerem que os preços do petróleo deverão manter-se moderados devido ao excesso de oferta. Em reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) realizada em abril de 2016 em Doha, no Qatar, os membros da OPEP não conseguiram chegar a um acordo sobre um congelamento de produção que permitisse alinhar a oferta global de petróleo à demanda. Além disso, o Irã retomou a produção de petróleo após a remoção das sanções. Como resultado, o excesso de produção de petróleo continua a pressionar os preços.

Os efeitos nocivos dos preços baixos são mais evidentes nos países cujas economias dependem fortemente das exportações de petróleo. Duas dessas nações que apresentam riscos políticos especialmente preocupantes são a Venezuela e a Nigéria. A Venezuela está enfrentando a possibilidade de um default da dívida e a ameaça de um caos interno incontrolável. Em meio à hiperinflação e os controles de preços impostos pelo governo, os venezuelanos enfrentam prateleiras vazias e longas horas de espera por produtos básicos. A Nigéria, o país mais populoso da África, com mais de 183 milhões de pessoas, é um dos maiores produtores de petróleo daquele continente. O petróleo representa cerca de 75% das receitas do governo da Nigéria e 90% de suas exportações. Porém os ataques à infra-estrutura petrolífera por militantes interromperam a produção de petróleo, forçando ainda mais a capacidade do país de pagar suas obrigações e, paradoxalmente, causando escassez de combustível, já que o país não consegue refinar com eficiência o seu próprio petróleo. Outros países subsaarianos produtores de petróleo, como Angola, República do Congo e Gana, também estão enfrentando graves desafios oriundos da volatilidade dos preços do petróleo.

Em condições de mercado altamente voláteis, um indicativo do potencial de um país para a oportunidade é como ele reage quando as receitas previstas caem devido ao preço do petróleo ou de qualquer outra commodity da qual sua economia depende.

Mudanças rápidas e deterioração das condições de um determinado país ou de uma região inteira podem criar um ambiente de incerteza e de aumento dos riscos  de perdas financeira para as empresas, credores e investidores. Os seguros de risco político e de crédito comercial são ferramentas valiosas para ajudar a mitigar estes desafios e proteger os investimentos em mercados menos estáveis mas potencialmente rentáveis.

Identificando oportunidades
Seria fácil olhar para esses países e descartar a ideia de operar ou investir neles por serem muito arriscados. Como líder na subscrição de linhas de risco político e seguro de crédito comercial, a XL Catlin é adepta da noção de encontrar oportunidades no risco, ao invés de evitar riscos.

Em condições de mercado altamente voláteis, um indicativo do potencial de um país para a oportunidade é como ele reage quando as receitas previstas caem devido ao preço do petróleo ou de qualquer outra commodity da qual sua economia depende.

Gana, por exemplo, tem sido agressiva na sua resposta ao declínio nas receitas oriundas do petróleo. Ela negociou um acordo de empréstimo com o Fundo Monetário Internacional para garantir o financiamento necessário para estabilizar sua economia e resistir a novos choques. Isso tornou Gana mais atraente para os investidores em títulos e permitiu ao país continuar a investir em infra-estrutura. Como muitos países, Gana precisa de mais investimento em infra-estruturas essenciais, tais como planos de energia, estradas e redes de distribuição de energia elétrica. Essa necessidade – e as oportunidades de investimento decorrentes - não vão embora.

Os seguros para risco político e crédito comercial podem fornecer um apoio crucial para as agências multilaterais e governamentais de desenvolvimento que procuram contribuir com o investimento em infraestrutura, para empresas que procuram oportunidades de crescimento, bem como os bancos que querem preservar sua capacidade de empréstimo em países que enfrentam maior instabilidade. A capacidade de risco político e de seguro de crédito comercial tem crescido ao longo do tempo e continua a haver grande interesse em adquirir esses produtos. Mesmo que as razões que motivam os clientes a adquirir o seguro de risco político possam variar, a incerteza sobre a estabilidade econômica e política do país continua a ser a principal razão para se procurar essa cobertura.

Salvo por um punhado de países, hoje há menos medo de confisco ou expropriação de bens. Por outro lado, as empresas estão mais preocupadas com a violência política e a falta de pagamento por entidades soberanas ou relacionadas com o governo. A falta de pagamento é um risco significativo para as organizações com exposição aos governos da Venezuela ou Moçambique, por exemplo, ou para empresas com exposição de crédito a entidades do setor privado no Brasil.

Embora em níveis administráveis, a atividade de reivindicações em seguros de risco político e de crédito comercial está ocorrendo agora e podemos esperar um aumento, especialmente na cobertura de crédito de curto prazo, dados os riscos de deterioração do ambiente de crédito para o grau de não-investimento, ou de alto rendimento. Embora nem sempre ligados ao preço do petróleo ou de outras commodities, riscos de crédito comercial devem, no entanto, ser considerados seriamente por qualquer empresa que opera através das fronteiras.

A gestão do risco político e de crédito comercial é uma questão de compreender claramente os muitos componentes de um risco, especialmente para a cobertura das operações de longo prazo (). Os subscritores e analistas de risco da XL Catlin vivem e respiram o risco geopolítico e estão focados na confluência de risco do país, da indústria e do crédito, por um lado, e da oportunidade, no outro. Com base nesta abordagem mais profunda, a XL Catlin pode oferecer cobertura em prazos de até 15 anos para riscos políticos e até sete anos para riscos de crédito comercial. Estamos buscando parcerias com empresas e instituições que têm sustentabilidade em todo o mundo e que, como XL Catlin, considerem o risco como uma oportunidade.



Rafael Docavo-Malvezzi é chefe global de riscos e líder regional de produtos para as  Américas das linhas de Risco Político e Seguro de Crédito Comercial da XL Catlin. Antes de ingressar na empresa em 2011, ele foi gerente de risco em outras organizações de seguros. Sua experiência profissional inclui planejamento e operações estratégicas e consultoria de risco em serviços financeiros, bem como análise e pesquisa para o Conselho de Relações Exteriores em Nova Iorque e para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico em Paris.
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