
Let's talk: Dr. Graeme Smith sobre Autonomia Móvel
April 08, 2016
Por Dr. Graeme Smith
Executivo Chefe, Oxbotica
O Dr. Graeme Smith é um renomado especialista em sistemas de controles avançados de veículos e Carro Conectado. Ele detém várias patentes nas áreas de Controle Adaptativo de Percurso e de aplicação de sistemas de radar de impulso aos veículos. Graeme ocupou posições de liderança executiva em grandes empresas de automóveis, bem como em várias start-ups globais e joint ventures, construindo e liderando equipes internacionais de engenharia no desenvolvimento de produtos/softwares eletrônicos, prestação de serviços e apoio ao cliente.
O que é Oxbotica?
A Oxbotica se separou em 2014 do internacionalmente aclamado Grupo de Robótica Móvel (MRG, na sigla em inglês) da Universidade de Oxford. Nossos fundadores, os professores Paul Newman e Ingmar Posner, são os principais pesquisadores do MRG, que foi criado para "inventor" as tecnologias que permitem às máquinas fazer e responder perguntas como 'Onde estou?', 'O que me rodeia?‘ e ‘O que devo fazer em seguida?'". Então, nós estamos colhendo os benefícios de 130 anos, em termos de vidas humanas, de pesquisas de ponta na área de autonomia móvel e desenvolvendo aplicações que permitem a robôs, veículos, máquinas e pessoas mapear com precisão, navegar e interagir ativamente com seu ambiente.
Quais são os principais componentes dos sistemas móveis autônomos?
Nós começamos com o desenvolvimento de um mapa 3D detalhado do ambiente principal. Então nós acrescentamos a capacidade de compreender em tempo real o que está ao nosso redor, seja qual for o ambiente onde estamos operando. Isso pode ser dentro de um armazém, em casa, em uma mina ou enquanto dirigimos na estrada, onde temos que reconhecer, por exemplo, outros veículos, pedestres e objetos estáticos como linhas de trem, árvores ou edifícios. E, em seguida, colocamos tudo isso junto para que a máquina - um veículo ou um robô - saiba onde está e o que está ao seu redor e consiga ir onde quiser com segurança e eficiência.
O que há de especial em nossa abordagem é o nosso espectro único de tecnologias integradas, incluindo nossa capacidade de criar mapas 3D extremamente precisos do ambiente de forma rápida, barata e robusta. Com nossa abordagem patenteada, que utiliza lasers e sensores de visão (câmeras), conseguimos mapear ambientes simplesmente nos movendo através deles.
Esses mapas, por sua vez, permitem a localização da máquina e também a percepção da cena e a navegação - onde estou, o que está ao meu redor, como posso sair daqui para lá com segurança e eficiência. E além dos veículos com auto-condução, os mapas 3D são também a base para várias aplicações que vão desde o planejamento de cidades inteligentes, ao levantamento, gestão de infra-estrutura, detecção/gestão de ativos e localização de baixo custo para dispositivos como smartphones, carros, ônibus e trens.
Quais são alguns dos projetos nos quais a Oxbotica está trabalhando?
Um dos projetos mais interessantes e ambiciosos com os quais a Oxbotica está envolvida é o GATEway em Greenwich, Londres. Este projeto, financiado pelo governo do Reino Unido com o apoio de fundos de membros do consórcio, visa "estabelecer o Reino Unido como um centro global para o desenvolvimento de tecnologias de veículos autônomos e integrar os veículos sem condutor nos ambientes urbanos existentes, testando-os em duas grandes cidades do Reino Unido."
Um elemento-chave do projeto é o desenvolvimento de uma série de serviços de transporte autônomo em conjunto com nossos parceiros no aeroporto de Heathrow. O projeto resultará em cerca de oito ônibus autônomos que serão utilizados em operações públicas de transfer de passageiros durante seis meses a partir de julho de 2016. Este projeto deve proporcionar lições e experiências valiosas sobre as oportunidades e desafios do uso de serviços autônomos de transfer como uma forma alternativa de transporte público.
O papel da Oxbotica neste esforço é implantar nossos sistemas Selenium de controle autônomo e sub-sistemas de sensores que permitem o funcionamento das unidades de auto-condução em diferentes tipos de configurações ao redor de Greenwich. Também estamos oferecendo um novo serviço de gestão de transporte que integra a programação e a coordenação dos serviços de transporte, bem como a partilha de dados, dentro do Caesium, nosso novo sistema de gestão de frotas baseado na nuvem.
Quais são as outras aplicações de autonomia móvel?
Há muitas. Uma aplicação comum é a automação de depósitos. Uma empilhadeira é relativamente barata; a maior parte do custo operacional vem da mão de obra. O uso de robôs em um armazém para movimentar produtos de forma autônoma pode reduzir os custos rapidamente, melhorando a produtividade e a segurança. A automação também permite aos operadores de áreas de armazenagem adequarem a operação para cima ou para baixo com muita facilidade.
No momento há também um grande interesse em robôs que conseguem entrar em uma instalação industrial ou petroquímica para fazer inspeções e manutenção. Em muitos casos, uma instalação precisa ser desligada e, às vezes, descontaminada antes que um técnico possa realizar a inspeção ou a manutenção com segurança. Assim, um robô concebido para ser muito robusto, que possa operar em ambientes tóxicos ou perigosos com eficiência oferece um grande número de vantagens.
Sistemas de transporte autônomo em ambientes fechados, como uma comunidade de aposentados ou um campus universitário, são outros exemplos. Em ambientes fechados, é possível facilitar grandemente a mobilidade de forma muito segura, flexível e amigável ao usuário com o uso de veículos autônomos para conectar diferentes lugares dentro do campus. E uma vez que os veículos autônomos não precisam compartilhar a estrada com veículos "regulares" - como, por exemplo, em Greenwich - isso nos dá muito mais flexibilidade. Podemos nos preocupar menos com a cara proteção contra colisões e criar uma estrutura mais leve, mais delicada. Os sensores e sistemas de controle também não precisam ser tão robustos.
Dispositivos autônomos, objetos conectados, a Internet das Coisas ... há uma tremenda quantidade de atividades ocorrendo nestes dias nestas áreas. Por que agora?
Embora vários fatores tenham contribuído para viabilizar diferentes aplicações, a razão mais importante é que um supercomputador não é mais necessário para se fazer diversas coisas. Hoje podemos desenvolver algumas aplicações bastante complexas e sofisticadas com uma eletrônica muito acessível.
Os custos dos sensores, por exemplo, caíram drasticamente. Há dez anos atrás, os sensores em um protótipo autônomo custariam de 10 a 100 vezes mais do que hoje. Os lasers utilizados na autonomia para medir a distância até algo também estão ficando cada vez mais baratos. As câmeras que nos ajudam a entender os ângulos entre as coisas tiveram seus preços reduzidos; podemos agora encontrar câmeras por uns poucos dólares.
E a capacidade do software de usar o que estes dispositivos estão "vendo" aumentou drasticamente. Foi feito um considerável volume de pesquisas nesta área e agora elas estão começando a gerar resultados. Então agora temos hardwares e softwares que conseguem identificar com precisão pessoas e objetos, como outros carros, muito, muito rapidamente.
Então é em parte a melhoria nos custos destas tecnologias e, em parte, a disponibilidade de processadores rápidos, de baixo custo e com memória barata, e é em parte a pesquisa que tem sido feita sobre como projetar e construir diferentes aplicações.
(Clique para ler mais sobre como o cenário de risco é suscetível a mudanças à medida que o número e a diversidade de objetos conectados crescem exponencialmente em inglês.)
Quais são os objetivos da colaboração entre a Oxbotica e a XL Catlin?
Estamos muito felizes com esta parceria com a XL Catlin, a qual permite combinar nosso know-how na autonomia móvel com a profunda expertise da XL Catlin na gestão de riscos, seguros e gestão de dados de muitas indústrias.
Nós somos engenheiros e cientistas. Embora possamos prever como diferentes aplicações poderiam alterar o cenário de risco, nós certamente não temos a profundidade que a XL Catlin tem para compreender o risco e, especialmente, os riscos de responsabilidade civil. Há também implicações e questões importantes sobre os dados no futuro: como eles são capturados, geridos e utilizados em vários domínios - por exemplo, para melhorar os futuros sistemas de autonomia a fim de prever os resultados e, por sua vez, criar diferentes modelos de risco e de gestão.
As aplicações que estamos desenvolvendo - unidades de auto-condução, carros sem motorista, robôs - transferem de uma pessoa para um sistema automatizado pelo menos uma parte do controle de uma máquina. E uma vez que as pessoas são falíveis, soluções de autonomia móvel são geralmente mais seguras e confiáveis. As unidades de auto-condução do Aeroporto de Heathrow, por exemplo, ligam o parque do perímetro de carros e o Terminal 5, uma viagem de 3,5 km; desde que o sistema foi inaugurado em 2011, elas transportaram 1,5 milhões de passageiros sem um único acidente.
No entanto, compreender e avaliar como o uso de sistemas autônomos afeta os riscos existentes e cria novos riscos é crítico.
À medida que abrimos novos caminhos com diferentes tecnologias, nós também estamos criando novos cenários, quando se trata de considerar o risco e a responsabilidade. Com esta parceria, a XL Catlin estará direto na interface entre tecnologia e sociedade, estendendo sua profunda experiência em avaliação, modelagem e gerenciamento de riscos. A Oxbotica, por sua vez, vai se beneficiar muito desse know-how e das capacidades da XL Catlin em todas as etapas do processo - desde o projeto até os testes para o desenvolvimento para o gerenciamento contínuo.
Ultima questão: C-3PO e R2-D2?
R2-D2 - nós amamos robôs com rodas!
Fontes:
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